segunda-feira, 28 de março de 2011

VEJAM O MEU NOVO POEMA...

Ano passado postei aqui que estava sem inspiração, mas as vezes a inspiração vem de onde menos se espera e então depois de um churras na casa de minha familia, eis que a inspiração para o poema abaixo voltou e agora está ai para todos os leitores desse blog (se bem que pela minha demora, acho que as pessoas se encheram o saco e "se evadiram" daqui)


Vejam também na sequência, outros três poemas que eu repostei pois achei que eles não estavam tendo o merecido destaque, porém agora fiquem com o mais novo "filho meu", leiam agora "NECROFILIA"...

NECROFILIA

Não quero você cálida.
Prefiro você pálida.
Deitada...
Em sua roupa de madeira.
Na minha cabeça eu não faço besteira.
Quero você inteira
Fria...
Com maestria...
Livre de tabus.
Antes de seu corpo ir para os urubus.
Os meios justificam os fins.
Quero estar entre seus rins.
Não me importo com suas cicatrizes.
Nem com seus últimos dias, alegres ou infelizes.
Não quero saber dos matizes.
Aqui alimento a minha fantasia.
Não sei se é normal ou doentia.
Só quero me satisfazer.
E com você ter um pouco de prazer...

SUICÍDIO

No alto desse prédio.
Vejo a rua lá embaixo.
Minha vida é uma bosta.
Nesse mundo eu não me encaixo.

A vários metros de altura.
Esse é meu último instante.
De frustrações, decepções...
Eu já vivi o bastante.

Mas por que estou demorando
Pra com minha vida acabar???
Já estão chegando os bombeiros.
Agora eu vou pular.

Eu finalmente pulei
Agora estou caindo
O chão agora está perto.
Minha visão está sumindo.

Meu corpo encontrou o chão.
A multidão horrorizada...
Alcancei meu objetivo.
A minha vida encerrada.

Chegaram os policiais.
Meu corpo ensanguentado.
Fui para o I.M.L
Assunto finalizado...

EUTANÁSIA

Corroído pela doença.
Tubos percorrem o meu corpo.
Já não vou apelar a crença.
Sei a minha sentença...
A vida se tornou um tormento.
Cada segundo é um lamento.
A situação é irreversível.
Quero acabar com o sofrimento.
Sem dor, sem culpa.
O meu estado é deplorável.
Sem prolongar a minha vida.
O meu mal é incurável...
Já desligaram os aparelhos.
Está acabando a minha sina.
Recebendo a extrema unção
Estão injetando a morfina...
Estou coberto com o lençol
Já saí de mim.
Sou mais um espírito.
É o fim...

I.M.L

Na sala fria o corpo deitado.
Gelado.
Parado.
Em uma cama de lata.
Prestes a ser dissecado.
Analisado.
Despedaçado.
O corpo combalido.
Moído.
Esquecido.
Em um canto qualquer da sala fria.
Sombria.
Arrepia.
O corpo fraturado.
Desencarnado.
Passado...